Ensino Médio brasileiro reprovado pelo IDEB

04 dezembro 2018
Ensino Médio brasileiro reprovado pelo IDEB
Você já parou para pensar que se o Brasil fosse um aluno, estaria reprovado em mais de uma avaliação no que diz respeito a capacidade de resolver problemas, de leitura e interpretação textual? Você já passou alguma dificuldade parecida na escola?

Pois é! Esse assunto está incomodando o nosso quintal há anos e pouco falamos sobre. Sete estados brasileiros, alguns distantes como o Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Bahia, outros nem tanto, como o Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal, ambos tiveram queda nos resultados do ensino médio dentro do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

O Ideb é o principal indicador de qualidade da educação básica no país, é formado pelo Saeb que é o Sistema de Avaliação da Educação Básica (que aplica uma prova de português e matemática a cada dois anos) e pelo fluxo escolar (ou seja, a taxa de aprovação/reprovação/abandono dos alunos).

O levantamento feito aponta que o ensino médio segue estagnado na média das escolas do país com índice de 3,7 e não atingiu a meta de 4,3. É importante ressaltar que esta mesma situação se mantém desde a avaliação realizada em 2011!

A situação do ensino fundamental é razoavelmente melhor, do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, chamado atualmente de Ensino Fundamental I, o Brasil bateu sua meta de 5,2 no Ideb com o resultado final de 5,5; entretanto no Ensino Fundamental II, o que corresponde do sexto ao nono anto, portanto a fase final do ensino fundamental, o país já não cumpriu sua meta nacional de 4,7, ficando um pouco abaixo com 4,5, isso obviamente se sucede no Ensino Médio como vimos acima.

 Estes índices são divulgados a cada dois anos e possuem metas projetadas para os próximos três anos até 2021, quando a expectativa para os anos iniciais da rede estadual é de uma nota 6,0, razoavelmente distante da nossa realidade atual.

 Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente as aulas. Diversas iniciativas foram tomadas e projetos de lei estão sendo criados, discutidos, para que estas metas sejam atingidas, propostas que circulam desde a mudança da grade curricular do ensino médio brasileiro por intermédio de uma medida provisória, até outras que enxergam isso como um nivelamento por baixo. E você o que acha? Será mesmo que repensar os percursos formativos é mais importante que os investimentos nos professores?

A Secretaria da Educação permanece otimista dizendo que apesar de não termos atingido a meta no ensino médio nem nos anos finais do ensino fundamental, houve uma evolução significativa dos anos iniciais, portanto, os resultados virão a médio e longo prazo, como sempre. Enquanto isso, permanecemos calmos e persistentes enquanto diversos estados brasileiros “não passaram de ano” e seguem na progressão contínua.

Estes Idebs não são somente mágoas, sempre existem flores, tudo é uma questão de perspectiva. É importante que tenhamos a lucidez de reconhecer nestes resultados do Ideb os pontos positivos, pois é através deles que podemos encontrar parte das práticas e lições que aprendemos errando, e que hoje estão dando certo! Teresina, por exemplo, é a capital brasileira com o melhor índice no Ideb, isso quer dizer muita coisa.

A certeza que temos é de que mecanismos como o Ideb traduzem em valores o quanto o Brasil precisa investir por aluno ao anoe em professores, para garantir um padrão mínimo de qualidade do ensino, mostra também a importância de nós brasileiros sabermos da sua existência, que falemos mais sobre Idebs nas mesas de jantares, nos barzinhos, na internet e no trabalho.

Tenham uma ótima semana, sejam muito bem-vindos a esta nova temporada de reflexões sobre o universo da educação proposta pela Rúpolo, nosso intuito é sempre pensar, construir e aprender em comunidade.

Victor Gulart
IDEB
ensino médio
Olá! Vamos começar?
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