Considerações sobre a cultura maker no cenário educacional brasileiro

19 outubro 2022
Considerações sobre a cultura maker no cenário educacional brasileiro
O papel da ciência na atualidade mudou e vem mudando, é importante que a escola entenda isso e seja capaz de se adaptar, não vivemos mais um momento de grandes descobertas científicas, vivemos um momento das ideias, das start-ups, da vida cotidiana facilitada, vivemos um momento onde palavras como FabLab (laboratórios de fábrica ou de fabricação), do-it-yourself (DIY, ou faça você mesmo), hands on (no popular, mão na massa), maker movement (movimento maker) ocupam o nosso cotidiano com uma relevância que as vezes não percebemos.

O Movimento Maker é uma extensão da cultura DIY apontado acima, que incentiva a produção prática e manual das pessoas, fazendo-as criar, reparar e modificar objetos, desenvolvendo projetos ao modelo hands on, percebem? Fala-se muito que as novas gerações estão cada vez com mais dificuldades em assistir aulas ao modelo tradicional das matrizes curriculares, uma mudança de perspectiva nas matrizes é de fato latente, nesse sentido, a explosão da cultura maker que o país está vivendo nos últimos anos vem em boa hora, afinal de contas, não é tudo que se aprende na folha de papel...

Grande parte deste desenvolvimento no país é deve-se a figura de Paulo Blikstein, professor da Universidade Stanford (EUA), brasileiro, engenheiro e pensador da inserção da cultura maker nas escolas brasileiras, traz uma perspectiva importante para essa pauta, que é a virada da chave do olhar que temos para a prática de ensino e aprendizagem de ciência nas escolas atualmente. Paulo diz que é crucial que a ciência seja ensinada não apenas como curiosidade, mas como algo útil para o cotidiano, que facilita a tomada de decisões para a vida desse aluno, a ciência é algo urgente em nosso cotidiano, não pode ficar somente a cargo de cientistas.

Iniciativas como o FabLab@school são interessantes de pontuar, criado por Blikstein em 2009, esse foi o primeiro programa mundial para levar laboratórios-fábrica e espaços propícios para a produção da cultura maker nas escolas públicas e privadas dos ensinos fundamental e médio. Depois de diversos testes e ótimos resultados colhidos e levados para Stanford, atualmente diversas instituições de ensino importantes no país começaram a apostar nas ideias de Blikstein, e a coisa está andando mais rapidamente, em quem tem mais recursos, obviamente. O Colégio Dante Alighieri inaugurou em 2018 o FabDante, um laboratório de criatividade, inovação e fabricação digital e artesanal com tecnologia de ponta para criação de protótipos, realidade aumentada, produção digital, softwares e hardwares para alunos do ensino médio.

No Estado de São Paulo, ótimos exemplos são o colégio Elvira Brandão, Escola Castanheiras, Guilherme Dumont Villares, é interessante ressaltar também que a chegada da Cultura Maker na educação abriu um caminho de mercado também para empresas voltadas para cursos, metodologias, mobiliário inteligente, grupos de pesquisa, etc.

 A Zoom Education, que mencionamos aqui outro dia, oferece projetos com conteúdo maker a seus parceiros de acordo com o modelo STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), lembram? Olha que sensacional.

Enfim leitores, o clima é bom e o ambiente favorável e interessante para que a cultura maker ganhe cada vez mais força e relevância no ambiente escolar brasileiro e isso é ótimo para as novas gerações de alunos, afinal um dos poucos consensos que existem em diversas pesquisas sobre a situação atual de nossa educação, é que precisamos melhorar a qualidade da mão de obra que é inserida posteriormente no mercado de trabalho nas mais variadas áreas, quanto mais autonomia nossos alunos tiverem, melhor para as IES posteriormente, melhor para o mercado de trabalho, para a economia, todos ganham.


Boa semana a todos.
Victor Gulart
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